quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2009 D.C.

..... Alguém aí já se perguntou, afinal, por que devemos seguir um calendário de 365 dias que descaradamente insiste em determinar nossas vidas? Eu já. Talvez seja por meras convenções sociais, ou por esse mundo capitalista-burguês faminto de consumo e de festas caras e prolongadas (?). -Panetone no Natal. Ah, não pode faltar a coca-cola! Papai Noel, cadê meu presente? Hohoho. Preciso urgentemente de um vestido branco caréééésimo e fashion pra virada!- Substituimos a lembrança de um guia espiritual por ícones vermelhos gorduchos? Trocamos um momento de reforma interna por externos fogos de artifício?
..... Baleeeela! O calendário, no tal palco da vida, organiza o roteiro. Mostra-nos que o mundo já deu uma volta completa ao redor do sol enquanto muitos nem sequer levantaram da confortável poltrona para protagonizá-lo.
..... Nesse ano fomos as personagens secundárias ou principais? Enfrentamos, como vestibulandas, essa pedra -ou meteoro!- no caminho. Com ansiedade de ultrapassá-la, nos esquecemos, às vezes, ser o prórpio caminho o mais importante, massacrante e delicioso. Sentirei saudades de risadas e quebra-cabeças matutinos no colégio, da poesia nossa de cada dia, das amizades, de comentários sem fundamento e nonsenses (afinal, se expressar não é só um emaranhado de palavras complexas, mas também ir além do óbvio, mergulhar no abismo e voar no que der na telha!)
..... É hora de tentar novamente decifrar o tal enigma: ''E agora, José? Para onde?'' O caminho é simples e complexo. É o clichê, dito há mais de 2009 anos, mas que a humanidade ainda não se desenvolveu o bastante para fazê-lo. Ajudar mais, pedir menos. Seguir seus princípios com humildade. Amar o outro como a si mesmo.
..... A partir daqui, nossos rios se divergem. Navegaremos por cursinhos, faculdades, amizades, confins do absurdo, dificuldades, congelamentos artificiais ou dimensões cósmicas estelares. Mas com a certeza de que nos encontraremos definitivamente na pororoca de um mar ideal.
..... Nosso palco é maior que o mundo. ''Nossos corações são maiores que o mundo (...) Ó vida futura! nós te criaremos!''. Vaaaaamos, ser gauches na vida!

Um 2009 recheado de imaginação, poesia e conquistas para todas!





Cecília

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Amor etc

Amortecer
o amor?
Não.
Anti-nietzshianamente,
amor tecendo,
amor te sendo.


Maria.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O Amor, em partes.

Adorei a idéia do blog! Talvez ainda não esteja a altura de vocês, mas farei o possível. Creio que todas nós já ouvimos a frase: "o amor não existe". Ela foi combatida por muitos alunos desde que foi lançada em sala de aula como verdade absoluta.



O Amor, em partes.



Nietzsche diz que o único amor que existe é o amor próprio. Não amamos, portanto, o objeto amado, mas aquilo que ele nos faz sentir. Amaríamos, então, o desejo, a saudade, a felicidade, a plenitude? Seria egoísmo demais, como sugar do outro as energias; aproveitar-se de sua complacência.

Os gregos dividiam o amor em dois sentimentos distintos: Eros e Philia. Eros é a falta, a paixão e o desejo ao inalcançado, o amor que quer prender, talvez até egoísmo. Philia é a alegria de amar, de compartilhar, capaz de ceder. Eros sem Philia se assemelha a definição de Nietzsche já citada. Philia sem eros é o que os gregos chamavam agapè: caridade, dedicação exclusiva ao próximo.

Talvez eu não seja capaz de acreditar em um mundo sem amor. Meu ceticismo não vai longe a ponto de negar que existem sentimentos elevados entre os seres humanos. Ergo novamente a voz de tantos outros: o amor existe sim! Recorro a Espinoza para afirmar que não se pode viver sem amor: "Em razão da fragilidade de nossa natureza, sem algo de que gozemos, a que estejamos unidos, e porque sejamos fortalecidos, não poderíamos existir".

Porém, essa mesma fragilidade que nos faz amar, nos condena à instabilidade. Os amantes estão fadados à certeza e à dúvida; ao temor a à coragem; à plenitude e à insatisfação.

Não há amor em excesso, nem escasso demais. Pode haver indiferença ou apenas falta de equilíbrio. É preciso que Eros e Philia coexistam em mesma intensidade. Amar a si próprio ou demasiado ao outro não é amar de verdade. Quem diria o amor ser formado por egoísmo e caridade em partes iguais?




A Ju Violetine:



Texto de André Comte-Sponville adaptado:



O que é o amor? Espinoza dá esta bela definição: "O amor é uma alegria acompanhada da idéia de uma causa exterior." Amar é regozijar-se de.

O amor, para Platão, não é primeiramente uma alegria. O amor é falta, frustração, sofrimento: o que não temos, o que não somos, o que nos falta, eis os objetos do desejo e do amor."

É preciso amar o que não temos , e sofrer com essa falta; ou então ter o que não falta mais ( já que o temos) e que por isso amamos cada vez menos (já que só sabemos amar o que falta). Sofrimento da paixão, tédio dos casais. Ou então é preciso amar de outra maneira: não mais na falta, mas na alegria, não mais na paixão mas na ação _ Não mais em Platão, mas em Espinoza. Te amo: sinto-me feliz porque existes. Todo casal feliz, e apesar de tudo existem alguns, é uma refutação do platonismo.

Rebeca Buendía.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Evolução de uma Miopia

Cá estou, novamente, fazendo parte de um blog! Embora tenha feito parte do mundo blogueiro por muito tempo, é a primeira vez que divido um blog com mais pessoas e acho a idéia maravilhosa. Ainda mais com pessoas tão queridas como vocês! Até mesmo comentei que me sentia pequena demais perto de pessoas que escrevem coisas tão bonitas mesmo quando dizem não ter inspiração. Farei a minha parte, tentando melhorar os meus textos aos poucos.
Quanto a mim? Muitos dizem que sou um tanto louca e excêntrica, e como o clichê diz, “de louco, todos tem um pouco”, e a minha excentricidade é justamente essa paixão por tudo aquilo que me provoca arrepios de tão lindo, que desperta em mim os sentimentos mais bonitos – livros, músicas e filmes. É incrível como me encanto com coisas tão pequenas. Gosto ainda mais quando despertam em mim aquela sensação de dúvida, a curiosidade e a vontade imensa de entender melhor aquilo que parece tão complexo – ou que simplesmente foge do óbvio, comum. É como se pudesse comparar a minha pessoa a uma construção. Cada tijolo contém um pouquinho de um personagem ou outro, um momento de algum livro ou filme, aquela frase marcante de uma certa música.
Por fazer parte de um blog literário, vale destacar a admiração que tenho pelas palavras – em todas as suas formas. Seja nas páginas do dicionário, em um livro, bilhete, carta... a simplicidade de algumas e a complexidade de outras me encantam constantemente.
Meninas, é muito bom estar com vocês novamente. Farei o meu melhor para manter esse blog vivíssimo e cheio de coisas para encantar os olhos alheios. Vocês são muito especiais! Vida longa à Sociedade das Poetas Vivas!

Anne Pearson

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Em busca da terra do nunca

Nossos destinos se entrelaçaram de novo amigas.... mas preciso confessar que me sinto tão velha! Ridícula! Eu fazia isso quando era um pouco menor,entretanto talvez escrever é a melhor maneira para encontrarmos nossas turbulentas respostas. Cada vez que respiro sinto uma parte de mim indo embora, como gostaria de viver na Terra do Peter Pan, permaneceria jovem como o sempre. Tenho um medo gigantesco de me tornar uma pessoa enfadonha, tenho medo principalmente de perder essa minha vontade de voltar a ser criança. Adulto tem problemas chatos e exaustivos, mas já encontrei adultos interessantes, mesmo assim prefiro continuar a ser uma criança extremamente sonhadora. Como é bom sonhar! Eu nada seria sem meus sonhos, eles me alimentam a cada segundo e transformam o impossível em realidade.

Sonhar faz parte de mim assim como os meus olhos.

Será que adultos sonham tanto?! Tenho medo de parar de sonhar.

Sonhar faz parte de mim assim como a minha alma.

Ando angustiada, parece que me falta o ar e que a qualquer segundo irei me desviar do conforto. Ando mais confusa do que o normal(sempre estou confusa), será que deixar uma pessoa que amo seria certo? Amo-o de uma forma diferente e com certeza se fosse possível escolher um homem apenas pela razão eu o escolheria. Infelizmente, não sou de ferro e meu coração fala mais alto do que mil alto-falantes. Eu amo alguém que não existe, na verdade eu amo suas características mesmo sendo um vampiro hhahahahahah( Sim, estou viciada no mais novo chocolate chamado Crepúsculo). Ah o amor... me tornou sua escrava mesmo eu tendo alguém tão perfeito ao meu lado. Meus lábios não se excitam ao encontrar os seus, meu olhar não se prende ao encontrar o seu, mas adoro olhar para ele, rir com ele e até mesmo beijar ele. Ele me faz tão bem! Seria certo eu ir atrás da minha alma gêmea apenas para me sentir completa e totalmente feliz?! Não sei o que é certo, porém minha felicidade precisa ser prioridade porque a angustia é capaz de me matar. Idealizo o que algum dia vai ser meu, idealizo o momento entusiasmado de quando ouvir sua voz e idealizo nosso primeiro e eterno beijo. Sei que ele está me esperando, posso o sentir até mesmo quando estou jogando sonhos e ilusões ao vento. Desejo um amor de Romeu e Julieta, de Edward Cullen e Bella Swan, de Seth Cohen e Summer... Desejo um amor real mas lotado de magia! Minha vida está indecisa, estou prestes a fazer 18 anos e sim, a idade me atormenta mesmo sendo tão nova, a faculdade me atormenta e o fato de ser insegura e descoordenada também me atormentam porque não sei como vou conseguir dirigir! Mas se todo mundo consegue, por quê eu não conseguiria? As férias me deixam animada só pelo fato de poder ver vários filmes e ler livros de minha preferência, tenho medo também de que quando eu começar a vida "responsável" perca esse enorme sentimento de férias que mora em mim. A mudança está me assustando e somente Peter Pan poderia me tirar desse sofrimento. A vida é um ciclo que não possui o eterno, pelo menos quando estamos no conhecido. A vida é a mais bela das artes que podemos sonhar, por isso devemos restaurá-la sempre em nossos corações. A vida é uma ordem! Gosto do diferente e acho o máximo quando me acham exótica, odeio o comum! Agora, é hora de parar! Continuo com muitas perguntas portanto continuarei a escrever... escrever preenche a minha alma e mantém a minha mente longe de bobeiras. Aguardo o amanhã angustiada, porém as palavras estão servindo como oxigênio para tanto ar que me falta. 

Já amo vocês meninas!

Já amo vocês... palavras, que estranha potência vossa!

Até...

Ju Violetine