Brasil: terra do samba, das belas praias, dos biquínis pequenos em pernas bronzeadas, e da Tarsila do Amaral. Ao longo dos últimos cinquenta anos, percebemos certo contraste quando nos referimos ao mundo feminino: de um lado, amazonas armadas de conhecimento e bom-senso, na luta pelo reconhecimento de seu valor e competência; caregando a lança da independência financeira e o escudo da responsabilidade familiar. De outro lado, embora presentes em número cada vez menor, eternas garotas, independente de suas idades, que parecem se orgulhar de mostrar ao mundo o que significa o termo "mulher-objeto".
Inicialmente, nos anos 60, quando nos referimos ao processo de emancipação feminina, percebemos exemplos de amazonas como Leila Diniz e Olga Bernário nas capas de revistas, primeiras páginas de jornais. Nos dias atuais, porém, presenciamos uma luta silenciosa. Clarices Lispectors, Cecílias Meireles e Rachels de Queiroz furtivamente estudam seus livros, trabalham em seus ofícios, adquirem certo respeito, até conseguirem novos direitos, conforme vimos na criação da Lei Maria da Penha.
O indispensável para a sobrevivência social da mulher que vive no mundo contemporâneo, devemos ressaltar, é o bom-senso aliado à determinação para conquistar seus objetivos. A quebra da conduta imposta pela sociedade sobre como a mulher deve se comportar implica em consequências que nossas guerreiras devem saber assumir. No entanto, devem elas também saber ponderar se tais consequências compensam seus objetivos.
A mulher conquista seu valor e seus direitos a partir do momento em que expõe o que possui de melhor: suas idéias - e não apenas um belo corpo. É mentira dizer que toda mulher beneficiada pelas conquistas adquiridas nos últimos cinquenta anos lutou e mereceu-as. Ainda há muitas que precisam tirar as vendas do machismo e comodismo que as cegam. Contudo, de Pagu a Heloísa Helena, presenciamos uma discreta guerra que, a cada nova geração, podemos ver e dizer que valeu a pena.
De alguém que não aceita vestimenta inadequada no ambiente estudantil.
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Caramba! ;O
ResponderExcluirNão tenho nem palavras pra dizer o quanto eu gostei desse texto!
Exceeelente!
Correção para o título: Maries Curies NA Terra do Carnaval.
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