Desde que eu me lembro eu sonhava com isso, com o momento que eu pudesse sentar e escrever, o momento que toda a minha mente se acalmava. Essa foi a minha paixão.
E depois disso, eu me considerei quebrada. Se eu gostava das pessoas? Era obvio que sim, mas não era a mesma coisa. Não havia o mesmo desejo. E eu disfarçava rindo e fingindo que tudo que estava bem.
Ainda me lembro da primeira vez que eu senti algo remotamente parecido. Foi a primeira vez que eu senti como uma pessoa normal. E eu deixei de lado minha escrita, dizendo a mim mesma que eu sobreviveria com aquele sentimento, que eu não precisava de algo tão intenso como a minha primeira paixão.
E foi bom enquanto durou, e eu chorei quando acabou. Sofri? Sim. Mas não pelo tempo que eu queria. Porque novamente estava envolta com meus pensamentos e minhas historias. Me odiei por cinco minutos, e então fiz questão de deixar claro para todo mundo a minha volta quão problemática eu era. Não sei mesmo por que fiz isso, talvez quisesse provar algo para alguém, ou talvez escutar que eu não era assim tão problemática.
Não funcionou, e nunca iria funcionar. Eu tenho minhas paixões, ou melhor, minha primeira paixão, e existem coisas que são impossíveis de esquecer. Para algumas pessoas, as normais eu digo, é aquele primeiro namorado, é a mãe e o pai, ou até uma grande amiga.
Para mim, só existe uma coisa que não consigo abandonar, uma coisa que eu não consigo esquecer. E talvez, seja hora de me acostumar com o fato de que eu nunca serei como todos.
Sou uma apaixonada pelo que escrevo, do mesmo jeito talvez, que uma mãe ama um filho, ou uma mulher o seu marido. De vez em quando até mais.
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